segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Jacobina Maurer: a mulher que liderou os mucker contra o exército imperial brasileiro.



A mulher na foto acima é Jacobina Mentz Maurer. Ela foi protagonista de um fato relevante na história religiosa e militar do país. Porém, a revolta dos mucker, como ficou conhecido o enfrentamento entre os religiosos liderados por Jacobina contra o exército, é muito pouco divulgada na história oficial do país.

Jacobina era descendente de alemães que vieram, no período do segundo reinado, ocupar as colônias de imigrantes na região de Sapiranga e São Leopoldo no Rio Grande do Sul.

Ocorre que Jacobina granjeou notoriedade religiosa dentre os colonos e acabou formando uma comunidade de fiéis, com características messiânicas, nas terras dela e do marido. Era uma seita que se formava a partir de um cisma entre parte dos colonos que integravam a Igreja de Confissão Luterana.

Jacobina era identificada, por seus seguidores, como uma vidente de poderes sobrenaturais e curandeira milagrosa. Muitos acreditavam que ela correspondia à reencarnação de Cristo. Crença que levou à sérias rusgas com os luteranos que não aceitavam a crença na reencarnação. A convivência entre os dois grupos foi se deteriorando até que houve enfrentamentos com mortes em ambos os lados.

As autoridades locais, ligadas às igrejas luterana e católica, pediram ajuda ao governo imperial que enviou um destacamento do exército, recém estruturado para a guerra do Paraguai, com a missão de dissolver a seita e prender suas lideranças.

Foi a primeira vez que o exército foi usado para enfrentar a própria população dentro do território nacional. O evento mais conhecido, neste sentido, foi Canudos.

No entanto, duas ondas de tropas enviadas contra o muckers foram surpreendidas e derrotadas pelos camponeses. O Coronel Genuíno Olímpio de Sampaio, herói da guerra do Paraguai, morreu em combate.

Acontece que entre os colonos alemães, que cerravam fileiras entre os muckers, muitos haviam servido nas tropas brasileiras durante o conflito no Paraguai. Sendo que vários já haviam tido treinamento militar na Europa. Assim, os militares brasileiros não contavam que iriam enfrentar homens experimentados em batalha. Pensavam que passariam facilmente por cima de ingênuos campesinos.

Posteriormente, o exército precisou empreender uma grande mobilização para levar peças de artilharia pesada, canhões, para o local e, assim, garantir a destruição da comunidade, com a morte de Jacobina e seu marido.

Qual o motivo da história oficial omitir este fato não sabemos. Estuda-se, na seara dos movimentos messiânicos, contestado, canudos e juazeiro, mas se cala em relação ao primeiro deles, que foi a revolta mucker.

A razão do silêncio seria o fato de imigrantes estrangeiros ter algum êxito contra o exército?

Ou o fato da líder ser uma mulher ?

O romancista Assis Brasil escreveu esta história em seu romance "Videiras de Cristal".

E posteriormente lançaram um filme com Letícia Spiller interpretando a vidente.

Filme: A Paixão de Jacobina.


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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

África em artes.


Uma obra do Núcleo de Pesquisa do Museu Afro Brasil que visita diversos povos africanos através de suas manifestações artísticas. Disponível em pdf.

Obra: África em artes.
Autores:  Renato Araújo da Silva e Juliana da Silva Bevilacqua.




domingo, 15 de dezembro de 2019

Historiador Rodrigo Patto Sá Motta: especialista no golpe militar de 1964.



O historiador Rodrigo Patto Sá Motta é formado pela UFMG, sendo professor titular na mesma instituição, com especialização na área de História do Brasil República, com destaque para seus trabalhos a respeito do golpe militar de 1964.

Em seus diversos artigos e livros, consegue facilmente desmistificar diversas falácias muito divulgadas, atualmente, sobre os acontecimentos daquele período. Por exemplo, demonstra que o AI-5 não foi um instrumento imposto pelos militares por conta de uma suposta "sublevação" comunista que o país estaria na iminência de sofrer. Que, na verdade, sua utilidade foi para conter setores da elite civil, que apoiaram o golpe inicialmente, mas que começavam a se voltar contra o governo militar, tais como a igreja católica, a oab, o judiciário, entre outros. 

Outra desmistificação importante diz respeito às narrativas de que a esquerda teria "aparelhado" as universidades que, assim, se tornaram centros de panfletagem "esquerdista". O historiador demonstra que, na verdade, foi o regime de força imposto pela ditadura que acabou empurrando a massa crítica de estudantes para a esquerda. Posteriormente, esses estudantes se formaram e passaram a professores nas universidades.

Artigo: O golpe de 1964 e a ditadura nas pesquisas de opinião

Artigo: Modernizando a repressão: a Usaid e a política brasileira.

Artigo: A ditadura das representações verbais e visuais da grande imprensa:1964-1969.

Artigo: O Brasil à beira do abismo, de novo!



Vídeo TV UNIVESP: 1964 Entrevistas

Vídeo: o anticomunismo e o antipetismo nas eleições de 2018

Vídeo: A academia e a ditadura militar